segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Amor eterno no mundo gay?


Amor eterno no mundo gay?


Eu quero um amor para vida toda. Quem não quer? Que atire a primeira pedra aquele que não tem essa ambição. A questão é saber quais as nossas chances de viver um romance eterno.
Há coisas que jamais se entendem.

Não é loucura ter que escolher uma só pessoa em todo o universo, em meio a seis bilhões para vivermos juntos o resto da nossa existência? Qual seria a probabilidade de encontrarmos a nossa cara metade, a mesma de ganhar na Mega Sena, por exemplo?

Se analisarmos os números veremos que apenas cinco a dez por cento da população são gays do sexo masculino. De seis bilhões esse numero despencaria para seiscentos milhões, o que diminuiria em quase 10 vezes as chances de encontrarmos a pessoa ideal. Adicionando ainda o fato de que o nosso país tem 180 milhões de habitantes, e ainda deduzindo os seus 10% chegaríamos a dezoito milhões. Agora imagine que essa pequena amostra ainda passa por um rigoroso critério de seleção que diz respeito à beleza, corpo físico, caráter e a tal da química que, na maioria dos casos, é o fator decisivo.

Um dia acabamos por conhecer alguém interessante, que nos desperte atenção, nos faz sentir aquele friozinho na barriga, que traz à tona uma vontade de viver, incontrolável. Seremos então felizes para sempre?

Talvez, mas não esqueçamos que ainda existe uma equação a ser solucionada: a sociedade. Devemos ter a preocupação de contar aos pais, se for o caso, apresentar aos amigos e convivermos com a censura de não podermos demonstrar nosso afeto em público. Ainda não dá pra acreditar que existem pessoas que, em pleno século XXI, se preocupam com a sexualidade de alguém. Preconceito está totalmente fora de moda, mas infelizmente o mundo continua condenando quem é diferente.

Pronto! Vencemos essa etapa. Podemos nos casar?

Antes de tudo, é preciso dizer. Se você que está lendo essa matéria não é a favor do casamento gay, apenas não se case com um gay. Simples assim.

De acordo com a nova legislação e com o avanço das idéias, os gays podem assinar um contrato de união estável tendo os mesmos direitos de um casal heterossexual.

Comecemos então como nos contos de fadas. E viveram felizes para sempre...

...Até perceberem que a convivência diária faz com que nossas máscaras despenquem num chão frio, que nossa paixão diminua como a temperatura da madrugada, que o sexo enfraqueça como a luz do sol que se põe numa tarde qualquer e que a rotina torna-se inevitável.

É muito comum os casais desistirem da relação por motivos patéticos, por interesses egoístas, por pontos de vista unilateral, ou desistirem por desistir. Se uma divergência de opinião for motivo de briga, se um descuido de uma das partes prevalecer sem perdão, se for viver remoendo o passado aniquilador, é melhor que se separem. E quando vir alguma doença grave? Um acidente, ou um dos dois ficarem desempregados por um bom tempo, e se um dos dois perderem o entusiasmo? Nesse momento só o amor vai prevalecer, só um sentimento verdadeiro transformará todas as pedras que surgirem, num belo castelo.

Sejamos diretos, se você vive debaixo do mesmo teto de alguém que não ama você está perdendo o seu tempo e prejudicando outra pessoa que, em algum lugar do mundo, está à procura da alma gêmea.

Sejamos felizes antes que o tempo passe, que a velhice chegue, porque a vida é uma só e a probabilidade de sermos felizes depende exclusivamente da nossa capacidade de AMAR.










Sexo sem compromisso


Sexo sem compromisso



Existe uma freqüência normal para o sexo sem compromisso? Ou existe compromisso para um sexo com freqüência? Qual a satisfação de uma transa rápida se todos nós procuramos amor?

Cada um tem uma necessidade diferente com relação ao sexo, à paixão e ao amor. Mas a verdade é que é muito mais fácil nos apaixonarmos várias vezes do que investir numa relação duradoura. É mais conveniente encontrar com um garoto na esquina e “partir para o abraço” do que sair várias vezes com ele esperando pela hora certa.


O mundo moderno simplificou as coisas. Hoje pedimos pizza pela internet e a mesma chega a nossa casa sem que nos tire de nossa comodidade. O sexo também vem pela internet, e assim como um entregador de pizza, ele vem rápido e com o compromisso de que entregará o pedido a ser saciado. Essa facilidade nos dá a ilusão de uma rápida felicidade. Mas ainda assim, é bem melhor do que colocar a mão no monitor do PC para se aquecer.


Há uma compulsão para preencher o vazio que sentimos, funciona como uma válvula de escape que utilizamos para suprir algo que nem mesmo sabemos decifrar. Seja o que for todos arrumamos uma forma para lidarmos com isso. Uns se entopem de chocolate, outros se escondem no trabalho por horas a fio, alguns se perdem nas drogas e, uma grande parte, se entrega ao sexo sem compromisso, o chamado: prazer instantâneo.


Desde que haja segurança, respeito e consciência, não há nada de errado em fazer sexo para preencher o vazio, porque todos nós convivemos com essa sensação de que algo está sempre faltando. Ainda que encontremos o parceiro ideal, compremos o apartamento dos sonhos, realizemos um projeto cuja dedicação levou anos, existirá um ponto de interrogação em nossa mente: E se? Por mais que queiramos nunca seremos completos, sempre vai faltar. Estaremos sempre mergulhados num oceano de questionamentos íntimos. Não podemos nos condenar porque às vezes queremos viver o “E se”.


Quando deixamos esse vazio tomar conta de nós, aí mora o perigo. Vivemos para o sexo atribuindo sua atividade à nossa rotina. Passamos a dormir em camas diferentes porque a companhia da solidão nos incomoda. Cansamos de beijar bocas repetidas e enxergamos todas as pessoas como um mísero pedaço de carne. O mundo não é um açougue, mas leva tempo para que descubramos isso. E cada um tem o seu tempo ideal.


Sexo sem compromisso é maravilhoso sim, mas não devemos confundir o seu real significado. Se entramos num jogo de sedução sem comprometimento, não há motivos para nos queixarmos da falta de amor, porque no fundo somos sempre aquela criança pedindo colo. Então agimos assim porque não é fácil ligar pra um cara e dizer: __ Preciso de carinho, proteção, calor humano, posso ir até aí? Ao invés disso dizemos: __ Bora pra real, Brother?


E a “real” dura alguns minutos, 11 minutos talvez, nada mais.



Agora o problema está no nosso cérebro


Agora o problema está no nosso cérebro




Não falta absolutamente nada para desvendar o enigmático “Código Gay Vinci”. A homossexualidade sempre existiu desde os primórdios da humanidade. A igreja levou muitos gays para a fogueira na Idade Média, Hitler exterminou uma grande quantidade deles e o preconceito amordaçou a liberdade de expressão e o carregou a força até os dias de hoje.


A televisão começou a dizer sobre um estudo em que afirma “o cérebro do homem masculino gay é mais parecido com o de uma mulher heterossexual”. A questão relevante em toda essa pesquisa é chegar à conclusão de que a homossexualidade não é uma opção. Isso é realmente importante? Alguém ainda tem dúvidas quanto a isso? Congratulações para a ciência, pois as descobertas são, sem soma de duvidas, o avanço para a civilização, mas a impressão que nos passa é de que os gays ainda são estudados como ramsters, como seres extra-terrestres ou um fóssil de dinossauro não identificado. Enquanto o mundo não distinguir o sexo de sexualidade a sociedade não colocará um fim nessa questão, de uma vez por todas.


O estudioso Alfred Kinsey retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais em 1973 e, além disso, afirmou que ninguém é exclusivamente heterossexual ou homossexual. Há uma intensa variação da sexualidade em todos nós e isso não define se somos mais homens ou mulheres.


Ligando o fato à filosofia chinesa, que fala sobre o princípio da dualidade: Yin Yang (aquele símbolo preto e branco, com dois lados opostos), podemos perceber a variação que sofremos em todos os sentidos. Tudo o que existe na Terra está integrado entre essas duas forças. Yin: passivo, feminino, noturno, escuro, frio; Yang: ativo, masculino, diurno, luminoso, quente e por aí vai. Então isso derruba a lenda de que um gay é exatamente como uma mulher. Um homossexual afeminado não é, necessariamente o passivo da relação sexual. E o ativo nem sempre é o menos sensível. Temos a infelicidade de pensar que somos mais machos ou fêmeas através do nosso órgão genital e a verdade é que todos somos um pouco homens e mulheres, só nos esquecemos de que esses dois conceitos andam lado a lado.


Ninguém quer admitir que um homem pode ser mais sensível que a mulher ou que a mulher pode tomar frente de todas as decisões em casa. Embora, a modernidade tenha mudado muito os conceitos ainda existe um certo machismo e feminismo que se debatem.


A sociedade ainda é muito cruel com quem é diferente. Não tem fundamento querer saber se uma pessoa gosta mais de arroz ou feijão, se ela prefere verde ao amarelo, se sente atração por homens ou mulheres, pois o que fazemos ente quatro paredes não tem nenhuma relação com a nossa integridade, não mesmo.


Seja qual for a conclusão que tiveram sobre o nosso cérebro, a ciência jamais terá acesso aos segredos da homossexualidade. Jamais saberá o que se passa dentro do cérebro de um ser que admite para a própria consciência ser algo que nem ele mesmo imaginava. Não terão idéia do que é amar em silencio durante a juventude porque o “normal” é gostar do sexo oposto até que um dia amadurecemos e percebemos que sexo é uma sutileza que alguém teve a infelicidade de dizer que era pecado e todos passaram a acreditar. E nessa lista de “coisas proibidas” incluíram a homossexualidade sem saber o seu real significado. Os gays antes de gostarem de homens, gostam de pessoas.





quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A beleza vai dominar o mundo


A beleza vai dominar o mundo

Qual o poder das pessoas belas?



Qual foi o homem mais belo que passou pelos seus olhos? Você seria capaz de trazer à memória um único ser do sexo masculino considerado pra você uma perfeição nos padrões estéticos? Seria esse “Deus grego” um ator de Hollywood, um modelo que aparece na capa de uma revista, um atleta bem sucedido, o professor de spinning da academia, o seu vizinho, ou então, simplesmente uma lenda?...


...Talvez a história de Narciso, da mitologia grega, que nos remete à vida de um homem apaixonado pela própria aparência, seja a idéia mais concreta sobre um homem belo. Já foi dito também, que Apolo, foi um dos deuses mais importantes por sua beleza perfeita, símbolo da harmonia entre corpo e espírito. É possível ser como Apolo nos dias de hoje?


Beleza é uma questão de impacto sim, mas é certo que existe um grande abismo entre as pessoas comuns e as extraordinariamente belas. Há uma tremenda diferença num ser convencional, que anda pelas ruas sem ser percebido e naquele que intimida quando se aproxima de nós com um sorriso e um olhar expressivo que desarma qualquer pessoa.


A beleza, quase sempre, tem o mesmo poder que o dinheiro porque pode comprar tudo o que vê, que pode ser palpável, mas não tem domínio sobre os sentimentos porque são intangíveis e não estão à venda, nem tudo está em liquidação.


Algumas civilizações admiram pessoas que abandonam o ego, enquanto que a nossa cultura nos obriga a estar no topo ou não somos ninguém perante a sociedade. A comunidade gay, na sua maioria, vive da beleza, da ilusão que ela proporciona, do êxtase de fugir do que é real. Alimenta-se dessa vaidade sem limites e passa por cima dos próprios valores para estar próximo do belo. Quem não se preocupa com um físico perfeito, quem não procura um namorado que roube a cena por onde passa, quem não quer ter uma casa fabulosa com vista para o mar, que atire a primeira pedra aquele que não deseja o carro do ano e, talvez, toda a coleção de roupas da Armani?
Já parou para pensar em como passamos a maior parte da nossa vida batalhando por esses objetivos? Agora imagine se amanhã, por uma trama do destino, acordássemos cegos. Como seria a vida de uma pessoa sem a visão num mundo onde o que vale é o que podemos enxergar? Apenas feche os olhos e tente imaginar qual seriam seus objetivos, quem seria o seu grande amor, o corpo importaria? Qual seria o seu carro, faria diferença se não fosse uma Mercedes? E você, como seria? O que você teria de belo, qual seria o seu encanto?


O objetivo desse texto não é julgar o que é belo e nem mesmo fazer apologia à beleza interior, porque isso não vende. As pessoas estão bem esclarecidas e sabem exatamente no que acreditar. A intenção é simplesmente dar ênfase a uma outra faceta que esquecemos de dar valor. A idéia é tentarmos ser como Apolo e nunca como Narciso, que se afogou na própria imagem. A beleza já dominou o mundo, mas em que mundo você vive?




Bruno de Abreu Rangel

Falso moralismo


Falso moralismo


Uma parte de nós ainda acredita em amor, fidelidade, príncipe encantado, Papai Noel, Coelhinho da Páscoa... A outra parte tem a convicção de que o dinheiro, a fama, a beleza trazem felicidade. De um lado a emoção, do outro a razão e a certeza uma só: impossível ser bem sucedido em todos os quesitos. Mas porque será?


Passamos a nossa existência acreditando em muitos dogmas e nunca nos passou pela cabeça o contrário. Quem sabe a utilidade de se montar uma árvore de Natal todos os anos? A grande maioria nunca parou para pensar nisso, embora jamais tenha deixado de realizar esse ritual.
Os relacionamentos também estão tomados por paradigmas. Criamos barreiras, insistimos em levar adiante todas as crenças que herdamos de nossos pais, vivemos com velhos tabus e, quase sempre, não temos a menor idéia das nossas idéias. E terminamos por fracassar.
Quando existe amor, tudo é válido para que esse sentimento seja preservado desde que haja respeito de ambas as partes. Não cabe a mim julgar se existe alma gêmea, amor eterno, o príncipe encantado. Ainda que nada disso exista, nós precisamos inventar uma relação para mantermos saudável uma vida a dois.


É comum conhecermos pessoas que procuram incessantemente pela cara metade, mas que vivem em saunas, casas de orgias, dark rooms, pegação na Internet. Longe de mim bancar o falso moralista porque todos experimentados de tudo um pouco. O grande problema é que criamos uma barreira quando estamos nesses momentos excessivamente sexuais e esquecemos que por trás do tesão existe um ser humano, alguém que clama por atenção, carinho, felicidade. Na maioria das vezes preferimos conhecer alguém num sarau de poesias, na esquina da Avenida Paulista, na praia de Ipanema, num momento mágico em Paris... É melhor assim porque fingimos pra nós mesmos que o nosso parceiro é um ser puro, virgem, um futuro namorado fiel. Até que um dia a casa cai. Existe fidelidade sexual? Ou existe sexo com fidelidade?
A sociedade condena o sexo liberal e mais um monte de coisas por uma simples questão religiosa ou para manter o sistema organizado. Isso não tem como mudar. Nós podemos criar o nosso próprio esquema para ser mais feliz. As pessoas sempre vão dizer sobre nós, falar pelas costas, mas essa preocupação é exclusivamente delas, não nossa.


Poucos conhecem a paixão no decorrer de uma vida inteira. Muitos não sabem o que é chorar um rio de emoções quando reencontramos alguém. E raros os que vivem para ter uma história de amor. O problema é que misturamos um sentimento com o outro. Procuramos o amor no sexo ou fazemos sexo para ter amor até descobrirmos que nunca devemos confundir o herói pela sua façanha.







Bruno de Abreu Rangel

Desilusão amorosa


Desilusão amorosa


Ganhar a confiança de alguém na vida é um investimento que fazemos sem esperar retorno. Cultivar o respeito, a sinceridade, o amor... É um dos maiores prazeres que podemos experimentar. Amar e ser amado é uma dádiva. Quando estamos vivendo um romance sentimos o gosto de ser um só, de fechar os olhos e ainda assim enxergar a presença da pessoa amada, ter o perfume impregnado na nossa mente, a impressão de que a casa fica muito mais cheia quando estamos juntos, sonhar de olhos abertos, receber um abraço que aquece qualquer inverno e um beijo que se dá com a alma, nunca com a boca.


Mas como seguir em frente quando perdemos um grande amor? É possível manter a alegria de viver quando a falta desse sentimento nos consome?


O fim de uma grande paixão, quase sempre, nos arranca um pedaço, é como um sonho que ao acordar deixa um certo vazio, e por muito tempo não conseguimos nos sentir por inteiro.
Todos experimentamos a dor do desprezo, de ver ruir um casamento que planejamos com nossa imortalidade, todos vivenciamos a infelicidade de assinar papeis, que são pura mediocridade mortal e verem que um dia perdem validade como um produto que tem data para estragar. Acabamos por trocar de companheiro, namorado, marido, até percebermos que só trocamos de problemas.


Não existe, em todo o planeta, um ser que consiga ter uma vida saudável sem amor porque ele é a energia que move a nossa existência. Quando conhecemos uma alma singular à nossa, trocamos essa energia para nos sentirmos mais completos. Acontece que, por algum descuido ou por mero desgaste num dia qualquer a gente descobre que essa energia se enfraqueceu e a relação estagnou, perdeu a luz, se desorientou no espaço. Num momento inesperado a pessoa com quem dividimos os lençóis termina com tudo, num piscar de olhos, ou nos faz algo imperdoável. Esse dia sempre chega, cedo ou tarde, ainda que leve anos a decepção “vem a cavalo”. Isso é normal, temos que estar preparados para isso, prontos para relevar e sobreviver a uma tempestade que parece infindável. O perdão é para poucos, porque não vem junto com o manual do esquecimento, na maioria das vezes e é nesses momentos que o mundo testa o nosso poder de absolvição.

Temos que nos apaixonar novamente todos os dias, ainda que seja pelo nosso trabalho, por nosso lar, pela vida que levamos, porque somente assim, nossos olhos voltarão a brilhar, o mundo caberá no nosso peito e nosso coração terá espaço para quem quiser entrar.
Viva a sua história de amor e guarde os bons momentos para seguir a vida adiante, pois as tempestades virão sempre e você precisará se proteger. Fique atento ao comportamento das pessoas, aquele que despreza um amor para ficar conosco, mais tarde acabará nos desprezando.

E para curar uma desilusão amorosa, nada como um novo amor.







Bruno de Abreu Rangel

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sex in the City





Sex in the City


Shopping for labels or shopping for love?


Esse é o refrão da música que a pop star Fergie lançou para o badalado filme “Sex and the city”. Quem acompanhou a série sabe todo o drama afetivo que quatro mulheres bem sucedidas enfrentavam para sobreviver em Nova York. Podemos notar bastante luxo, sofisticação, cultura, sexo, cidade e solidão.

Os gays do Brasil não estão distantes dessa realidade e talvez estejam um pouco mais preocupados com relação ao sexo. Quem não tem a impressão de que as baladas não são as mesmas? As boates não estão tão lotadas como antes, os bares fecham mais cedo, as festas... Essas ainda sobrevivem, por enquanto. Ouvi dizer que um site de pegação acabou com a noite de Nova York, mas as nossas também estão com os dias contados. É mais conveniente passar a madrugada pegando na net do que gastar grana e perder tempo saindo noite afora em busca de algo incerto.

A globalização aproximou as pessoas e afastou os ideais, separou a fidelidade do amor e lançou o respeito pela janela do último andar de um grande edifício. Passamos grande parte do tempo na Internet ou nos ocupamos com a TV, andamos pelas ruas ouvindo nossas músicas num Ipod de última geração e conversamos com o celular, mas nunca com uma pessoa. E ainda assim buscamos um relacionamento sólido.

Não é fácil acreditar em amor se vivemos em grandes selvas urbanas. O Rio de Janeiro, por exemplo, está nas praias, nas esquinas, nas academias e a cidade tem uma atmosfera sexual. São Paulo é o coração do país e deve trabalhar 24 horas para que todo o corpo funcione corretamente, e o corpo por lá também ferve 24 horas. A cidade grande nos proporciona muita facilidade em tudo, grifes luxuosas, variedades de museus, galerias de arte, restaurantes requintados, hotéis, sexo e o melhor de tudo: muitos homens brasileiros. O excesso de informação nos torna um indivíduo alienado e frustrado. É necessário ter cautela para filtrar o que há de bom nesse exagero interglobal senão passaremos a nossa existência nos distraindo com coisas inúteis que mal servem para preencher o nosso vazio.

Sexo é importante sim. Nós homens e gays sabemos que o tesão é uma bomba relógio que deve ser desarmada a qualquer custo e a aventura é o ápice de tudo. Por isso é difícil não cair em tentação quando sabemos que o mundo todo está se jogando. Não é atoa que as saunas estão cada vez mais lotadas e as pessoas mais vazias. A agenda telefônica cheia de contatos e no nosso aniversário não aparece “quase ninguém”.

Romantismo é para poucos. Amor é para os privilegiados. Estamos sempre nos queixando da solidão e não movemos uma palha para mudar esse quadro. Dizemos que a pessoa certa sempre aparece na hora errada, mas nunca hesitamos em ficar com a pessoa errada na hora certa, tudo porque temos medo da solidão, da cidade, e por isso, nos disfarçamos no sexo e no consumismo exacerbado. No Rio lutamos contra a genética para termos um corpo perfeito e em São Paulo não somos ninguém se não pudermos usar PRADA. Tudo é uma questão de prioridade, basta saber o que lhe faz feliz. Fucking for labels or fucking for love?



Bruno de Abreu Rangel