domingo, 11 de outubro de 2009

Como conquistar um homem em sete dias.



É preciso começar com uma advertência para o público feminino: mulheres fiquem à vontade para utilizar essa técnica com seus homens, embora seja um artigo escrito e testado, exclusivamente, para o publico gay ele funciona para todos os homens em geral.

A Bíblia diz que Deus criou o mundo em sete dias, ainda que seja uma forma simbólica de interpretar esse tempo, a grande diferença entre uma lenda e um fato está na forma como a enxergamos. Encontrar o homem ideal está ficando cada vez mais distante da nossa realidade, mas existem maneiras especificas para fisgar um bom pretendente sem entrar numa roubada.

Primeiro dia Foi-se o tempo em que o sexo prendia um relacionamento. No mundo gay existe o tal fast fuck, a famosa foda rápida, que é tão instantânea como um lanche que consumimos no Mcdonalds. Se você não for bom na cama, provavelmente terão 100 melhores do que você na próxima esquina; mais bonitos, jovens e gostosos, querendo transar com seu homem, e ainda por cima sem compromisso, o que o deixará mais livre e satisfeito.


Então não pense em começar uma história como num conto de fadas. Leve o seu príncipe para a cama e faça bem feito, dê o máximo de si. Explore todas as possibilidades, mas não chegue ao limite. Descubra até onde pode ir e não siga adiante, porque o melhor deve vir depois. Tente captar o que ele mais gosta, o que mais o excita fazendo com que o rapaz suba as paredes, e depois de ter detectado isso não faça mais nada, por enquanto. O nosso poder de barganha começa quando descobrimos que temos um carta na manga. Ele vai pensar “E amanhã como será?”


Agora, se a química não foi tão boa da primeira vez, apele para algum objeto de valor. Suma com a carteira ou o celular dele e force um próximo encontro, uma nova oportunidade.

Segundo dia - No segundo encontro, seja distante e próximo ao mesmo tempo. Jamais demonstre que está desesperado por companhia ou que deseja algo sério com alguém. Os gays, até os mais bem resolvidos, têm medo de regras e compromissos. Então deixe a coisa fluir e prepare algo novo. Use seu poder de persuasão para encontrar um ponto em comum entre vocês. Se ele gostar de natureza, por exemplo, sugira que façam uma trilha a um lugar mágico, em que ele nunca foi e que você jura ser a primeira vez que pisa os pés lá. Agora sim, faça o sexo mais gostoso e selvagem que puder. Pense somente no prazer que ele pode sentir e finja que o mesmo está comandando a situação, que ele é poderoso, que nunca alguém lhe deu tanto prazer como o faz. A vaidade do homem, independente da sexualidade, está entre as pernas.

Terceiro dia – Depois de um sexo fabuloso e um ponto em comum, ele só precisa ter a certeza de que você não é um serial killer ou um maluco que vai fazê-lo perder os próximos meses da vida dele.


Ele vai lhe procurar.


Se não o fizer, pode ser que ele se encaixe na grande porcentagem dos arrogantes que não ligam no dia seguinte e estão acostumados com as pessoas rastejando e implorando pela companhia deles. Deixe o orgulho para depois e ligue, entre no jogo do rapaz.


Faz parte da vida mentir um pouco. Afinal, um relacionamento não sobrevive com pequenas mentiras. Isso se chama regar a planta e preservar um jardim. Assim sendo, você precisa detectar o que ele mais gosta de fazer e qual o seu objetivo como homem, seu sonho mais ufano e sua meta de cada dia. Se ele for um escritor, por exemplo, diga que nunca leu nada antes tão intrigante, que ele tem uma capacidade incontestável de transformar algo simples numa coisa extraordinária. E peça para que ele escreva mais, leia atentamente tudo que ele desenvolver e comente cada parágrafo até perceber um brilho diferente nos olhos dele. A humanidade sobrevive somente disso: de vaidade.


Quarto dia - Não faça sexo, sobre hipótese alguma, no quarto encontro. Se você chegou até aqui, pense que ele está apostando em você e não somente na foda. Encontrar-se com um gay quatro vezes é uma honra nos dias de hoje, uma vez que há tanta facilidade de sexo e propostas de namoro por toda parte, embora os seres humanos, no final das contas, procuram por um porto seguro. Todos temos medo de envelhecer sozinhos.

Então, proponha um programinha a dois, num barzinho, cinema, restaurante, seja lá qual for a melhor opção, e conversem sobre coisas que não dizem nada e deixe-o à vontade para falar sobre a vida dele. Não vá com sede ao pote, mas tente falar sobre algum momento ruim que você tenha passado e se superou com maturidade. Todo mundo gosta de saber que está pisando em terreno firme.


Deixe a entender que haverá sexo depois e, somente então, quando a conta for paga, explique que foi ao médico e não pode transar por alguns dias. Invente uma cirurgia de apêndice, por exemplo, e se possível for, compre uma cinta que modela a barriga e vista para dar mais credibilidade ao fato.


Quinto dia – Não ligue. Espere, seja paciente que o telefone irá tocar em breve. A parte mais saudável de um relacionamento é deixar a pessoa livre para tomar atitudes. Se você ficar encima regulando todos os passos e ditando ordens, possivelmente perderá a pessoa de imediato. Imagine que depois de fazer um sexo espetacular, admirar o trabalho dele e ser atencioso com seus interesses, você está passos adiante de qualquer “Zé ninguém” que cruza o caminho dele com o intuito de um simples fast fuck. Ele certamente vai ligar. Vale lembrar que existem os que não ligam nunca,por nada. Para estes, entre em contato dizendo que tem uma idéia para um de seus livros ou que conhece alguém do ramo que possa ajudá-lo. Interesse: um relacionamento é baseado nisso, estamos sempre com alguém por um motivo maior, ainda que não percebamos.


Sexto dia – Teste a fidelidade e o comportamento dele sem que ele perceba. Organize um encontro casual e vá acompanhado daquele amigo bonitinho e “fura olho”, que provavelmente você tem vários, o mundo gay está infestado deles. Deixe a situação bem à vontade, com um papo agradável e democrático. Uma vez que o seu amigo Judas esteja atacando seu homem, não dê bandeira e nem deixem perceber que você está com ciúmes, pois pode passar a impressão de que você não tem confiança em si mesmo e que será um daqueles que irá regular os olhares dele. Demonstre superioridade e deixe bem claro que viver com você é estar entre o amor e o respeito, com base na liberdade. O instinto masculino não sobrevive à pressão. Não mesmo.


Uma dica muito importante. Repare como ele trata um garçom, um subalterno, um conhecido qualquer e tenha a certeza de que assim você será tratado no futuro. Pergunte como é o relacionamento com os pais dele e deixe a conversa fluir que em breve terá todas as informações de que precisa. Saberá como ele terminou o último namoro e se eles ainda são amigos. Assim poderá tirar suas conclusões.


Sétimo dia – Dizem que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, daí surgiu o tão sagrado Domingo que foi parar na lista dos dez mandamentos de Moisés. A diferença é que nesse caso o sétimo dia será um verdadeiro pecado, o dia em que você trabalhará mais para alcançar o seu objetivo, pois essa será a ultima chance para definir se a sua história seguirá adiante. Encontre-se com ele, saiam para comer algo e conversem sobre vocês, mas nunca fale mais do que ele. Temos duas orelhas e uma boca justamente para não ultrapassarmos esse limite. Interesse-se por qualquer idiotice que ele venha a dizer e se tiver eficiência, faça com que seus olhos fiquem úmidos, demonstrando estar emocionado com a bobagem toda. O sexo deve vir em seguida, intenso e passional. Uma transa onde tem sentimento é mil vezes melhor e faz com que fiquemos desorientados. Preste atenção no que ele vai dizer durante esse momento em que a sensibilidade está à flor da pele. E tenha a certeza de que ele deixará escapulir algo, nem que seja um “Eu te amo”, numa entonação bem baixa, em que ele terá se envergonhado de dizer tão precocemente.


sábado, 10 de outubro de 2009

Assumindo a paixão




Assumindo a paixão


Paixão... Alguns anos, uma quantidade razoável de meses, uma fração de dias ou, quem sabe, horas. Ninguém tem o poder de cronometrar o tempo que dura esse sentimento nem mesmo como fazer com que essa explosão de sensações se prolongue por uma eternidade pueril. Assumir a paixão pode ser tão difícil quanto sair do armário sim.



A vida é simples, então as pessoas deveriam ser simples, embora algumas se acham simploriamente importantes. Ser feliz sem motivo é uma atitude talentosa e a felicidade nos faz enxergar a vida a olhos nus, da forma mais natural e verdadeira. Não precisa ser um heterossexual convicto para sentir uma vontade intensa de amar nas extremidades, ultrapassando os limites, explorando as margens.



Tudo bem que no mundo gay vivemos com mais intensidade, com certa vulnerabilidade de idéias e ideais. A cada dia estamos nos transformando, amadurecendo opiniões, enxergando novos pontos de vista e tirando conclusões inesperadas. Às vezes terminamos por trocar de parceiros com uma facilidade absurda. Num dia qualquer acordamos com o tempo nublado e decidimos mudar de casa com a equivocada idéia de que o sol possa se abrir em outra janela, e isso nem sempre acontece. As paixões sempre vêm para as pessoas, embora, às vezes, elas possam ser únicas, daí o motivo de tentar fazer com que ela prospere. É preciso estar preparado para viver o desconhecido, desbravar essa loucura que corre pelas nossas veias bombeando ou afrouxando o nosso coração.



Desde quando os gays perderam esse sentimento? O dia em que a humanidade reprimiu o amor homossexual, ela, automaticamente, seqüestrou o direito de podermos viver uma existência apaixonada. Mas aceitar isso é ignorância.



Certa vez, caminhando pela lagoa Rodrigo de Freitas, um dos mais belos locais do Rio de Janeiro, vi um casal de adolescentes sentado num píer contemplando o pôr do sol e deixando que aquele momento esclarecesse o que sentiam um pelo outro. Porque é muito fácil sorrir quando estamos diante de alguém que nos faz sentir vivos. Porém, quantos de nós teríamos a coragem de nos assumir e enfrentar a sociedade em nome da paixão. Seríamos capazes de batalhar pelo que sentimos?



O fato de sermos o Romeo e não termos uma Julieta não implica que devemos desistir de viver um conto de fadas com outro Romeo, com um príncipe encantado ou por um sapo super sem graça, mas que nos faz pular de alegria. A vida é uma só e é tão curta como um produto que tem prazo de validade.



Quem de nós nunca abriu mão de uma história de amor e viu a oportunidade ir embora pelo simples receio de tentar? Crescemos acostumados com o medo, com o temor de nos assumirmos gays e terminamos por lidar com os nossos sentimentos da mesma forma, sem muitos riscos e muitas dúvidas. Que atire a primeira pedra aquele que jamais deixou alguém partir pela incerteza de viver o sim. Optamos em acreditar que o amor da nossa vida sempre vai estar na próxima esquina, na próxima poltrona num avião, numa fila do banco, nos esbarrando em meio a uma encruzilhada... E deixamos as pessoas passarem por nós, renunciamos alguns momentos mágicos porque pensamos que levar tudo adiante pode custar o nosso entusiasmo e nos trazer uma ilusão difícil de conviver.



As paixões vão e vêm como as ondas do mar, e enquanto essas águas ficam cumprindo o seu papel, o mais inteligente a ser feito é nos molharmos por completo sem darmos atenção às pessoas que estão na areia, sem nos limitarmos aos compromissos que a nossa sociedade exige e sem pensar em cobranças que manipulam a nossa forma de amar...
Amar e se apaixonar sempre, e um dia ter, ao menos, histórias para contar, porque disso é feito a vida: de paixão.





sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Viciados em sexo


Viciados em sexo

Você seria capaz de se recordar do número de vezes que levou um homem para a cama? Porque, nós gays, somos tão fissurados com sexo?

Uma vez, numa mesa de bar um amigo heterossexual comentou perplexo, sobre a facilidade dos gays em fazer sexo com uma pessoa diferente, todos os dias, se assim desejarem. Complementou convicto de que levamos uma vida promíscua e, por fim, me perguntou o que achava disso tudo.
Eu respondi com outra pergunta, sem hesitar:

__ O que lhe impede de levar uma mulher para a cama quando você a conhece numa noite?

A própria mulher. Dei a resposta antes mesmo que ele se manifestasse. Nem precisa dizer que ele concordou porque a verdade é que uma mulher precisa ser conquistada, ela necessita de um bom restaurante, um bom vinho, uma boa conversa, tudo funciona como uma preliminar. Os homens são mais sucintos, o sexo é animal e tudo o que precisam é desarmar a bomba a qualquer custo.

Talvez, nós gays, levemos sim uma vida bastante agitada com relação ao sexo, mas porque somos dois homens com o intuito de desarmar a tal bomba, exterminar o tesão, eliminar a ansiedade que fica entre as pernas. A promiscuidade não tem nenhuma relação com a necessidade biológica, desde que você tenha a perfeita consciência do que e como está fazendo.

Diferente dos heterossexuais, os gays pensam em sexo 24 horas. Isso explica o narcisismo pela própria imagem, a luta desleal para manterem o corpo perfeito, o complexo de Peter Pan, que é o medo de envelhecer, de ter o mundo cada vez mais distante dos seus anseios.

O mundo, independente da sexualidade, está perdido de corpo e mente, as pessoas pensam no prazer instantâneo, como um Miojo que se faz em 3 minutos e mal serve para saciar a fome, apesar de preencher o vazio. Vazio este que nos tornou em compulsivos. Olhamos para a vida como um copo de água que esta na metade e damos valor sempre à parte vazia, à metade sem água, enquanto existe uma outra parte completa, cheia de densidade e volume.

Sem essa de bancar o moralista, estamos todos no mesmo barco. Mas sejamos práticos, as pessoas nunca foram tão sozinhas e vazias. A modernidade nos tornou seres alienados nos oferecendo um leque de opções e fazendo com que fiquemos perdidos. O MSN tornou-se numa tábua de frios onde se encontra de tudo um pouco, as festas se assemelham aos açougues onde as carnes ficam expostas, e as pessoas estão se prendendo em relações insólidas, por carência ou então, vivem sozinhas e doam seus corpos ao mundo, contando que, num belo dia, o príncipe encantado apareça. E ele há de aparecer, basta saber se estaremos preparados.




sexta-feira, 31 de julho de 2009

O tamanho importa?


O tamanho importa?


Porque será que damos muita importância para o tamanho das coisas?



Passamos a nossa infância medindo a nossa felicidade pela quantidade de brinquedos que ganhamos no Natal. Vivemos uma adolescência medindo a paciência dos nossos pais e nos tornamos adultos inseguros que medem cada passo antes de qualquer decisão. Será que coisas tão grandes como um transatlântico, um arranha-céu, ou um pênis, tem alguma relação com o tamanho da satisfação de um homem?


Freud, o guru da psicanálise, explica muito bem essa obsessão masculina pelo tamanho e diz, também, que meninos entre 3 a 5 anos desenvolvem um interesse narcisístico pelo próprio pênis. Nós gays somos um tanto quanto narcisistas, seria esse o motivo pelo qual mantemos um caso de amor com o tamanho de um pênis? Ou a nossa insatisfação nos leva a querer sempre algo maior, exuberante, excessivo, inesgotável? Vale lembrar que o Titanic naufragou na sua primeira viagem e as Torres Gêmeas desmoronaram após um ato terrorista de muita estupidez, mas e o pênis grande? Existe perdão quando percebemos que algo previsivelmente potente não é tão eficaz quanto às nossas expectativas? O tamanho realmente importa?


Esteticamente importa sim. Se alguém disser o contrario, desconfie imediatamente, pode ser recalque. Faz parte do ser humano desejar algo maior, adquirir coisas incomensuráveis. Isso explica porque o livro dos recordes sempre liderou o topo dos mais vendidos e explica também porque queremos ser sempre os melhores em tudo o que fazemos, pela simples vontade de sermos maiores, mais aceitos, termos mais poder, força e masculinidade. E o pênis entrou nessa disputa de egos sem sentido, porque a verdade deve ser dita: o tamanho não faz a mínima diferença, o que vale mesmo é o desempenho.


Uma vez li um artigo em que dizia: “Quem avalia homem pelo tamanho do pau são os gays, travecos e enrustidos. Mulher de verdade avalia primeiramente o caráter do macho”. Infelizmente os homossexuais são alvos de comentários desagradáveis, mas isso ocorre devido à postura que os próprios gays passam para a sociedade. Enquanto a dimensão do membro genital masculino for mais importante que o tamanho do cérebro, estamos todos no mesmo barco que naufraga como um Titanic e numa torre que desaba pelas nossas cabeças.


Nunca conheci mulher que gostasse de sentir algo batendo no estômago, mesmo porque o ponto de prazer feminino se localiza nos primeiros cinco centímetros. Mas quem não tem um amigo gay que antes de saber o nome de uma pessoa, pergunta quantos centímetros de pau ele tem? Encontrar um pênis ideal pode ser tão difícil quanto a procura pela alma gêmea, pois em ambos precisamos trabalhar o nosso poder de satisfação.


A nossa sociedade rotulou o pênis com nomes incontáveis que não vem ao caso citá-los, transformou-o num ícone, em algo mais importante que a nossa própria capacidade de fazer amor. Pouco importa se algumas pessoas se impõem pelo que tem no meio das pernas, provavelmente essa é a única coisa que elas têm de valor.


Para ser homem de verdade, independente da sexualidade, temos que ser grandes, antes de tudo. Valorizar uma pessoa e dar a devida atenção. Fazer com que ela se sinta maior, amar o nosso homem em cada centímetro e ter um cérebro bem dotado porque um dia a velhice vai bater na nossa porta e então não precisaremos de Viagra para manter o nosso amor de pé.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Relacionamento Aberto


Relacionamento aberto

Amor e sexo andam sempre de mãos dadas?


Ouvi dizer em algum lugar que há três coisas que não se emprestam: homem, carro e livro. Li também numa revista qualquer que o ser humano vive se esquivando da insegurança, do medo de perder, ou da possibilidade de emprestar algo e não ter de volta. Será por isso que hesitamos em tentar um relacionamento aberto, pelo medo de perder? Ou a nossa cultura e base familiar nos ensinaram que a união entre duas pessoas é a única forma de existir amor?

É melhor ser imparcial para falar sobre esse assunto, do contrario estaria fazendo apologia ao tema abordado, o que não é a intenção. Mas o que seria o casamento entre duas pessoas que aceitam experimentar novas aventuras? Seria uma traição legalizada, a possibilidade de dormir em camas diferentes sem se envolver com a pessoa, ou quem sabe uma forma de manter várias relações até se apaixonar de verdade pela pessoa certa.

Todo mundo se diz moderno, principalmente os gays do eixo Rio e São Paulo, que querem passar a impressão de serem antenados, pessoas de mente aberta, que acompanham a liberdade de expressão dos países mais desenvolvidos. Mas quantos realmente são? A grande parte atira pedras e fala pelas costas dos adeptos do relacionamento aberto. Criam rótulos e paradigmas sem fundamentos sólidos. Difícil entender porque as pessoas crucificam as outras por simples divergências de opiniões. Todos somos livres para pensar e agir da forma que queremos. Se somos mais felizes fazendo sexo com pessoas diferentes, então que assim seja. Mas o que vai ser depois disso? Seremos nós mesmos, faremos mal a alguém? Isso é o que importa, definitivamente.

Basta conversarmos sobre casamento com nossos amigos heterossexuais e veremos que estão todos desiludidos com a idéia da vida a dois, mas ainda assim existe a cultura do matrimonio; da procriação; do sonho de entrar com vestido de noiva numa igreja, daminhas de honra, cerimônia, festa, aliança de dedos e quem sabe fidelidade pelo resto de suas vidas, quem sabe... A palavra casamento vem com um peso muito forte nas costas e por mais que queiramos, nós gays, ainda estamos longe de seguir esse ritual e por isso, criamos a nossa relação, o nosso casamento e nossas leis de fidelidade.

Há quem diga que relacionamento aberto é um laço afetivo entre duas pessoas que não tem coragem de assumir uma vida a dois com dignidade. Para a maioria das pessoas o amor anda de mãos dadas com o sexo, de forma que um sempre complementa o outro. Tempos atrás, quando a sociedade ainda respeitava as religiões, acreditávamos nisso. Éramos criados com a idéia de que o casamento viria sempre antes do sexo. E hoje, fazemos sexo para logo conhecermos a pessoa. As novas tendências sociais invadiram nossas casas e nos jogaram um balde de opções que foram parar até no perfil do Facebook.


É muito fácil levantarmos bandeira em favor da nossa própria liberdade. A revolução francesa, o golpe da ditadura militar ou as guerras atuais por liberdade de expressão são simples batalhas ao favor próprio. Agora, quantos de nós lutamos pelo nosso parceiro? Será que o nosso grito de liberdade o fará feliz ou ele simplesmente aceita nossa atitude para não nos perder? Todos acreditamos, inconscientemente, que nenhum relacionamento, seja ele qual for, sobreviva por muito tempo e talvez por isso decidimos construir um mundo em volta do nosso castelo inventando regras, derrubando tabus e vivendo momentos mágicos com nossos príncipes encantados antes de descobrimos que são meros sapos como quaisquer outros.

Se perguntarmos ao Papa no Vaticano ou qualquer pessoa na rua o que pensam sobre essa pratica liberal teremos a mesma resposta, porque apesar das desilusões, todos anseiam pelo amor eterno. A grande maioria ainda se distrai com as pessoas erradas até encontrar a alma gêmea para quem sabe, poder dividir uma casa, as contas, compartilhar uma vida cheia de problemas corriqueiros e se fortalecer com alguém que o completa. Será que só então fecharemos as portas do relacionamento e diremos adeus à infidelidade?

Infidelidade é trair um contrato seja ele qual for. E, Por incrível que pareça, existe muita traição num relacionamento aberto. O dialogo e o respeito são a base de tudo.





terça-feira, 27 de janeiro de 2009


A Guerra contra o preconceito




Certa vez, no aeroporto de Heathrow em Londres, pedi a um rapaz cuja aparência remetia a um cidadão nórdico, que olhasse a minha bagagem de mão enquanto ia ao toalete. Todos estamos acostumados a fazer isso aqui no Brasil. Claro que depois de passarmos os olhos pelo ambiente e finalmente detectarmos um rosto confiante.

Mas para a minha surpresa, fui interrompido: __ Where are you from? De onde você é? Foi a pergunta dele.
Como assim, “De onde eu era?” Faria mesmo alguma diferença? Talvez a resposta seria positiva apenas se eu fosse um suíço, ou qualquer um dos indivíduos dos países onde habitam a “Superclasse”.

O preconceito já dominou a humanidade e seqüestrou o bom senso colocando o respeito contra a parede, e assim construindo um novo “Muro de Berlim”, onde separa as pessoas entre uma coisa e outra. A Segunda Guerra Mundial acabou faz algum tempo, mas a Guerra moral continua dizimando a dignidade de muita gente por todo o canto.

Ainda na Europa, onde dizem ser o continente de vanguarda cultural e liberdade de expressão, dois jovens franceses discutiam na porta de um movimentado bar no Marais, o charmoso e bem freqüentado bairro gay de Paris. Seja qual fosse a questão, a multidão afoita se reunia ao redor para assistir aquele pé de Guerra, quando um dizia ao outro:

__ Sou gay sim, mas posso disfarçar isso, fingir para a sociedade que sou um ser convencional, como muitos fazem, mas e você que é negro, o que pode fazer para mudar isso?

Nossos valores estão invertidos. Em todos os momentos estamos competindo por coisas estúpidas. O carioca é melhor que o paulista, o brasileiro é mais gentil que o italiano, eu moro na zona Sul, você mora na zona Norte. E por ai vai uma lista de infinidades preconceituosas que parecem inofensivas, mas é comum morrerem mais pessoas no Maracanã do que na própria faixa de Gaza, simplesmente porque o torcedor adversário não aceitou a derrota.

A partir do momento em que passamos a catalogar as pessoas, dividir entre uma coisa e outra, aí surge uma batalha, e um grande número de batalhas transforma-se numa Guerra. Mulçumanos contra católicos, brancos contra negros, héteros preconceituosos contra gays. O Nazismo foi nada mais que uma batalha preconceituosa, e além de exterminar milhões de judeus, Hitler perseguiu milhares de gays e os sacrificou ate à morte. Por ironia do destino, a história conta que Hitler era homossexual, mas também preconceituoso o que fez dele o líder de uma batalha sem valores morais.

Quantas pessoas morrem por dia numa Guerra e quantas pessoas vivem numa Guerra para serem o que são?


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Hora de assumir


Hora de assumir


Hora de assumir.
Hora de assumir!!!
Hora de assumir?

Existe mesmo o momento certo para sair do armário? Como é a vida de uma pessoa que se esconde por anos a fio? Qual a sensação de viver com uma “identidade falsa”?


A história diz que na Segunda Guerra Mundial uma adolescente chamada Anne Frank foi obrigada a se esconder num porão de uma residência durante 25 meses. Ela temia a tortura dos nazistas, pois caso saísse de seu esconderijo seria torturada. Ela era diferente: era judia, alvo de preconceito da raça ariana. O tempo que parecia não passar durou uma eternidade e a angustia de estar escondida talvez fosse pior do que tentar sair e lutar pela vida. Mas os nazistas finalmente a encontraram junto de sua família e os levaram para um campo de concentração a fim de serem exterminados.

E nós gays? Até quando vamos temer o holocausto? Existe realmente uma guerra lá fora, ou vamos viver uma vida como alguém que se esconde do incerto?
Os homossexuais sempre existiram em toda a história da humanidade. Em algumas sociedades a relação entre dois seres do mesmo sexo era simplesmente parte da cultura, enquanto que noutras, um bom motivo para ser levado para a fogueira da inquisição.

É melhor que falemos sobre a nossa sociedade. Quem foi jovem nos anos 50 ou 60 deve se lembrar de que a repressão dos pais em todos os quesitos era rigorosa. Nada poderia ser feito sem o consentimento da família e a sociedade era totalmente repressiva e tradicional. A juventude dos anos 80 e 90 assistiu às transforaçoes da vida moderna, do aparecimento do celular, da internet e um pouco da liberdade de expressão. A partir do século XXI, os gays começaram a “sair do armário” em massa. Foi o momento em que a televisão, os filmes, os livros, a ciência, começou a esclarecer o homossexualismo sem tabus e preconceito. Hoje as crianças crescem em direção ao esclarecimento das diferenças e os adolescentes não tem mais a luta interna quanto ao fato de gostar ou não de pessoas do mesmo sexo, a guerra íntima da atualidade é por outros motivos, não por questões de sexualidade, todos sabemos que isso é perda de tempo.

A hora certa para sair do armário é quando estivermos bem com nos mesmos. Antes de assumir para alguém devemos saber da nossa existência. Tudo é uma questão de auto-estima e cada um tem o momento ideal para se aceitar. Sair do armário não significa ter que escrever na testa a opção sexual, contar a todos na rua os desejos mais secretos, andar com a bandeira arco-íris estampada na camisa ou participar de todos os eventos gays. As paradas, marchas militantes dos homossexuais, foram criadas com a finalidade de unir forças contra o preconceito, mas pergunte aos freqüentadores quantos realmente se fazem presentes por essa razão? A grande maioria aparece somente para festejar e beijar na boca, dentre outras coisas. Existem coisas mais importantes do que fincar a bandeira arco-íris na Lua. Antes de chegar à lua, é melhor que cheguemos dentro de nós mesmos.


Contar aos pais? Eles já sabem, uma mãe sempre sabe o filho que tem. A diferença é sair da nossa boca. Nossos pais não pensam que temos pênis, não imaginam o tamanho do nosso membro, o que fazemos em quatro paredes cabe a cada um de nós. Não vale a pena criar uma guerra em família contando a todos a opção sexual se ainda não estamos preparados, se não pagamos nossas próprias contas. Porém, pode acontecer de sermos surpreendidos com a pergunta que não quer calar: __ Você é gay? Nessa ocasião, cabe a nós escolhermos entre a sinceridade ou a “falsa identidade”. Os pais chorarão por dias, meses, ou até anos, mas o amor é incondicional e cedo ou tarde tudo se esclarece.


A felicidade consiste em podermos deitar no travesseiro e conseguirmos dormir, mas infelizmente a maioria das pessoas não se assume e vive uma existência escondida, andando pelas ruas como se fossem criminosos foragidos e terminam como a jovem e judia Anne Frank.