segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Signo de Escorpião - Versão alternativa by Bruno de Abreu Rangel


 Escorpião


Vingança é a característica mais marcante dos escorpianos. São extremamente determinados, sensíveis e passam uma eternidade lutando contra o ódio e a desilusão. É o tipo de cara que você esnoba na noite e logo depois ele te persegue, joga todo o charme pra cima de você, usa toda a sensualidade para atrair, até que, com muito poder de persuasão te convence, leva pra cama, faz o melhor sexo do mundo e, no final, acende um cigarro e diz num tom bem blasé que não curtiu. Provavelmente o colocará abaixo de zero. Já terá descoberto o seu ponto fraco e usará todas as armas para te destruir.

São manipuladores e desde que você não pise na bola, ficará livre das ferroadas.

Intensos, desconfiados e bastante sentimentais, são difíceis de serem conquistados e, uma vez que pise no calo deles, é quase impossível ser perdoado. Escorpianos se magoam com facilidade. Então, tenha bastante cuidado com suas palavras e ações. Seja sempre verdadeiro e nunca tente desafiá-los. É melhor pisar sempre em ovos. Jamais discordem deles de forma grosseira e impetuosa, nem mesmo os critique aleatoriamente. Evite vasculhar sua intimidade e nunca ouse descobrir os seus podres. Os mais fortes desse signo vivem praticamente num mundo onde a Teoria das Conspirações o domina incontrolavelmente. Sendo assim, você será visto como um inimigo que precisa ser apreendido, envenenado e, por fim, eliminado de suas vidas. Somente após um grande rompante de ódio ou emoção, voltam ao estágio normal e seguem suas vidas. É como se um acerto de contas os trouxesse a paz de volta.


Na maioria das vezes os escorpianos acabam se ferindo com o próprio veneno, mesmo porque o grande Shakespeare já dizia que “A vingança é um veneno que a gente toma esperando que a outra pessoa morra”. Só pra constar, Shakespeare era do signo de Touro, que é a alma gêmea de escorpião. Ninguém mais do que ele para transmitir sua própria experiência.

Não dá pra se prender somente ao veneno desse signo, pois os escorpinianos têm grandes qualidades. Algumas das mais importantes: são irradiantes, têm presença e são os melhores na cama – quanto a isso não tem conversa. Haja visto a Bruna Surfistinha, que virou primeira-dama com a arte da sedução. São vaidosos, muitas vezes sarados, sensuais, com um magnetismo além do comum e, de quebra, uma tatuagem de escorpião à mostra – que é o orgulho das pessoas desse signo.

Escorpianos vêm praticamente com uma bula. Se você os entender, será fácil lidar com eles, já que são bastante determinados, reservados e querem estar sempre no controle. Entendendo isso, fica fácil seguir adiante. Uma vez que você os valorize, terá um pedaço do céu. Serão generosos ao máximo e lhe tratarão como um rei.

Eles se dão muito bem com os meticulosos de Virgem, com os capricornianos, que são bem sólidos e pé no chão, passeiam pelas loucuras sexuais dos Sagitarianos e se entregam nas mãos dos taurinos, que os completam como a tampa da panela. Devem evitar os arianos enfezados, os librianos indecisos e principalmente os extravagantes leoninos, marcadores de território. Com os demais, depende do sexo e da decisão deles.


Bruno de Abreu Rangel

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O mundo está acabando. E agora?


Nessa última semana presenciei uma cena marcante durante minhas caminhadas pela orla de Copacabana. Uma garotinha, beirando os seus cinco anos de idade, com um jeitinho todo pueril, estava acompanhada junto de sua mãe indo em direção ao pai, que supostamente estaria chegando de viagem ou de algum lugar cuja expressão da face implicava saudades – dá pra ver pelo rosto das pessoas a falta que sentem um do outro quando se reencontram. A linda menina, de olhos amendoados e cabelos tão perfeitos, correu para abraçar o pai e a mãe a impediu, relutante. Um choro seguido de gritaria foi a reação da filha que despertou a atenção de todos ao redor. Quem passava tinha a ilusória certeza de que ela teria tomado uma surra da mãe. E parei para observar o porquê daquela cena. O pai foi se aproximando com lágrimas nos olhos e a esposa disse com a voz ofegante:

__ O quadro dela teve uma leve queda. Mas vamos vencer isso juntos, vai passar.

Tão logo percebi que a mãe segurava as mãos da própria filha com luvas cirúrgicas e por todo o corpo da criança era perceptível hematomas. Não tive a audácia de mexer nas feridas que habitava o coração daqueles pais e fiquei sem saber qual o motivo das reais feridas da menininha, simplesmente fiquei com a triste imagem na cabeça dela implorando ao pai por um abraço e o mesmo não podendo retribuir, entre lágrimas que secam, mas que arrancam uma parte de nós.

Com o coração partido, me recordei das vítimas do Tsunami no Japão, da devastação da região serrana, das pessoas que ainda morrem de fome enquanto o foco do mundo está nas tragédias naturais, de um amigo que terminou o namoro e vive à base de remédios, de um colega que passou o carnaval indignado porque descobriu uma suposta traição, e de uma madame que certa vez comentou que ficou sem dormir por dias a fio porque a filha foi para Paris e não deu um telefona sequer.

Descobri então, que quando temos um problema, por menor que seja ele é o maior do mundo. Cada um carrega sua cruz e todos nós estamos fadados ao acerto de contas, que será uma provação ou um resgate. E não adianta chorar, bater perna e tentar colocar a culpa nos outros. O que vem pra gente, impreterivelmente, não se pode colocar na porta de outrem.

Quantas crianças no Japão estão abandonadas à procura dos pais que não puderam dar o último abraço e não se sabe se essa possibilidade virá a se concretizar, assim como a garotinha de Copacabana, que não estava num Tsunami, num terremoto, numa enchente, mas que estava tão abalada quanto todos os outros e incapaz de ser acolhida nos braços de quem a amava, e que ainda a ama e sempre amará, com todas as forças.

Todo mundo sabe da própria ansiedade, da angústia e das preocupações que leva para o travesseiro. O que deveríamos aprender, definitivamente, é porque temos medo ou receio de expressar nossos sentimentos; porque nos importamos tanto com coisas insignificantes gastando energias que poderiam ser poupadas para uma real tragédia, seja ela um terremoto, ou um câncer – ambos com o mesmo nível de abalo.

A fé é incontestável e não deve, em hipótese alguma, ser motivo de discussão por razões religiosas. Crédulos ou incrédulos, cristãos ou ateus, a verdade está sob nossos olhos e a vulnerabilidade humana que antes estava representada nos filmes americanos bateu à nossa porta e nos trouxe muita tragédia humana. É chocante sim ver uma das maiores potências do mundo ser devastada pela natureza que todos pensavam ser tão inofensiva. É chocante também ter a impressão de que o mundo está se acabando e ninguém está tirando uma lição de tudo que está acontecendo.

O mundo não pára para chorar as nossas lágrimas, mas nos tem feito chorar pelas lágrimas dos outros, nos tem feito ser menos individualistas e nos mostrado que a vida não gira em torno do nosso umbigo.

Ainda dá tempo de consertar todos os erros, de perdoar os imperdoáveis, de se livrar dos próprios medos, de amar, porque no fim – o que conta é quem você terá para dar um abraço. E se continuramos perdendo tempo, pode ser que seja tarde demais, seja no Japão ou nas calçadas de Copacabana.

Bruno de Abreu Rangel




Esse artigo foi cedido para publicação no Jornal "PÔR DO SOL", informativo voltado para auto ajuda e esoterismo - Junho/2011.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Signo de Capricórnio - Versão alternativa by Bruno de Abreu Rangel

                          

 Capricórnio - 

Povinho mão de vaca. É capaz de ele te convidar pra ir a um restaurante pra jantar e pedir que você pague a conta, ou pode até ser que ele pague desde que vocês voltem caminhando – porque faz bem pra digestão, sei.

Ainda que você faça uma pegação ou tenha um fast fuck com um capricorniano, evite usar expressões interrogativas no futuro: “Nós iremos curtir Paris juntos?” ou, “Nos veremos na Terça?”. Eles odeiam sentir que estão sendo cercados, tem pavor às pessoas grudentas e de estilo carrapato.  Melhor deixar a situação fluir por si só antes que o carneiro te ponha pra correr.

Quer conquistar uma pessoa desse signo? Dê uma pitada de atenção e uma esnobada de leve e verá o que é um sexo de verdade. Capricórnio ama conquistar,seja um amor, uma profissão ou muito, muito dinheiro. Esperam sempre serem reconhecidos no que fazem e geralmente são bem sucedidos, tendo sempre uma graninha guardada para emergências como um ciclone na escala 5 no Rio de Janeiro, ou para as tempestades de neve em Salvador. Resumindo: seguram a grana mesmo.

Gostam das coisas funcionando perfeitamente para se sentirem seguros, são pouco tímidos, cheios de tradição e têm pouca dificuldade de expressar o que corre por suas veias. Muitas das vezes são rancorosos, inflexíveis e mal conhecem o significado da palavra perdão. Uma vez que você tenha pisado na bola com um capricorniano, já era. Melhor esquecê-lo porque ele não vai querer te ver nem pintado de verde musgo alaranjado.  Ainda que você saia na capa da G Magazine ele vai te ignorar. Claro que em casa ele tentará cortar os pulsos, dia após dia, semana após semana e nunca conseguirá se matar.

O capricorniano nato é aquele bonitão da faculdade comedido nas palavras, do estilo bem caretão, que faz pose, mas que tem uma cara de safado, daquele que vai te jogar na parede e te fazer de lagartixa.
São muito pé no chão pra tudo. Adoram tranqüilidade, dinheiro, dinheiro, moedas, barra de ouro... Se for se apaixonar por um caprino é melhor que você tenha um bom apartamento, um carro do ano, e a herança da sua avó intacta, pois não adianta você ser só inteligente, gostosão, falar várias línguas... Bom, se for bom com a língua até rola uma chance sim.

Capricornianos não resistem a um taurino esnobador, um pisciano pacato e um libriano pão duro. Gêmeos é perigo na certa, já que é surtado demais para as pessoas desse signo sossegado.



Bruno de Abreu Rangel

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Geração PLANO B

Geração PLANO B

 Até onde vale a pena manter um relacionamento paralelo? Estamos preparados para viver aventuras sem colocarmos a nossa solidez em risco?



          Existe um grande abismo entre a realidade e a fantasia, isso é indiscutível! Seja por baixa estima, insegurança, ou tédio estamos sempre buscando fora da relação o que nos falta em casa. E por qualquer motivo que seja, trocamos o “arroz com feijão” por um cardápio, supostamente, mais prazeroso porque, na maioria das vezes, ele vem com um tempero diferente e com promessas de prazer eterno. Mentira! É preciso saber a distinção entre o que você “degusta” e o que é seu de fato porque no final das contas – a conta chega – e o preço pode ser impagável.



          A partir da geração Y, consideradas as pessoas que nasceram na década de 80, junto com o “boom” da tecnologia e do surgimento da Internet, verão que todos estão bastante informados, com a mente aberta, fervilhada de fórmulas sem fundamento, mas completamente perdidos se você leva qualquer assunto adiante. Perceberá que estão todos sem base, sem tradição e referências. Falta raiz, apego, tradição, valores. Vendemos a nossa alma para as Redes Sociais, para os milhares de canais da TV, para os inúmeros jogos cibernéticos e os smartfones, que fazem quase tudo. Não vivenciamos mais o ócio criativo e qualquer tempinho que nos sobra nos dedicamos às atualizações do Facebook, Instagram, Twitter, Pinterest, Whatsapp e uma série de aplicativos sem os quais não vivemos. Estamos completamente desapegados e de mente aberta para quem quiser entrar. Nossa cabeça virou “terra de ninguém”, e o coração – esse ninguém entra mais.

           A impressão que dá é que, a qualquer momento, alguém nos colocará em segundo lugar e atualizará a relação como fazem com o próprio perfil no Facebook. E não adianta bater os pés, lutar contra isso, dramatizar... É um risco que todos corremos – sem exceção.

           Mas convenhamos, não somos tão tolos ao ponto de colocarmos a felicidade em risco, ela é e sempre será o plano A. Sabemos muito bem onde doem os calos e a solidão, o medo de terminar a vida sozinho vai sempre martelar na nossa mente. Seja qual for a época em que vivermos, a sensação de ser importante na vida de alguém será sempre mais forte do que qualquer anseio. Ver a pessoa com quem dividimos uma vida chegar em casa, nos dar um beijo na testa e perguntar como foi o dia é o verdadeiro sentido da nossa existência, todo o restante é bobagem, bobagem...

           Pular a cerca, sexo sem compromisso, vivenciar novas aventuras, tudo isso é uma válvula de escape. E pode ser que em algum momento a relação que temos em casa esteja mesmo de mal a pior: crises financeiras, desavenças, falta de entendimento, ciúmes, o sexo perdeu o ritmo. Mas isso é um momento que pode durar alguns dias ou bem mais. Depende, quase sempre, da nossa capacidade de olhar pra dentro de nós e entender o que realmente nos falta e onde estamos faltando. Não dá pra colocar sempre na conta dos outros e sair por aí trocando as casas, as pessoas que vivem nela, pode não resolver. É tudo um ciclo que se repete.

           Pensemos bastante antes de jogar tudo pro alto, tem sempre alguém interessado por nós quando estamos comprometidos. É assim que funciona, é normal – não se iluda. É como um quadro exposto na sala de estar na casa de alguém, ele será sempre mais belo e invejado por todos porque é algo que você não tem, mas se o mesmo quadro estiver no lixo, exposto na rua pra quem passar, livre pra qualquer um levar... Ah, esse mesmo quadro não teria o mínimo valor. Nossa mente infelizmente funciona dessa forma. Temos que ter discernimento para não trocarmos o plano A pelo B simplesmente porque esse é mais um quadro que você quer muito ter.

           Relacionamento não é receita de bolo e muito menos bula de remédio, não dá para sair rotulando e impondo regras. Uma conversa sincera e um acordo íntegro entre as partes vai fortalecer a vida a dois, vai estabelecer limites e, quem sabe, permitir que você viva a sua fantasia de vez em quando, mas volte para casa.

  Bruno de Abreu Rangel